5 passeios indispensáveis para fazer em Évora, o coração alentejano

Este pedacinho do Alentejo esconde alguns segredos do que era Portugal antes da invasão dos turistas

Por Marjorie Zoppei

Declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO, esta cidade com quase 60 mil habitantes está a 134 quilômetros de Lisboa, o ponto mais efervescente do país. Porém, consegue reservar o charme e a vida pacata das vilas portuguesas. Além do famoso centro-histórico, há alguns cantos deste bocado da terrinha que vale a pena ser explorado – mas quase ninguém conta!

Convento do Espinheiro (Foto: divulgação)

Se hospedar no Convento do Espinheiro
Antiga sede da Ordem de São Jerónimo, o mosteiro do século XV foi completamente reformado e é atualmente um grande hotel de luxo. Reza a lenda que Nossa Senhora apareceu sobre um espinheiro em chamas para um pastor, por isso o local foi destino de muitos peregrinos. Entre os famosos fieis, o rei João II era o mais ilustre. Mantendo a mesma arquitetura da época, a antiga adega deu lugar ao restaurante Divinus (com uma gastronomia que faz jus ao nome), a cozinha dos monges foi transformada em piano-bar e a cisterna gótica adaptada a um espaço de provas de vinho. A única coisa que permanece original é a capela do convento, onde noivos disputam datas para celebrar o casamento.  

*diárias a partir de 135 euros 

Comer a tradicional Francesina no Alkimia Madeirense
Além da forte influência da gastronomia da ilha da madeira, o restaurante baseia-se também na infusão rica da cozinha portuguesa. Mas ali está guardado um segredo que vem da região do Porto: um sanduíche recheado com bife, linguiça, salsicha, fiambre (uma espécie de presunto) e queijo, e coberto com molho picante feito com tomate, cerveja preta e vinho do porto. Normalmente, o lanche acompanha batata-frita e ovo frito. Entre muitas histórias sobre a origem do lanche, a mais conhecida é que o criador, o chef português Daniel David Silva, se inspirou nas receitas dos célebres croque-madame e croque-monsier, na década de 1950, depois de uma temporada na França.

*a partir de 10 euros

Herdade do Esporão (Foto: divulgação)

Visitar a vinícola Herdade do Esporão
Pioneira no trabalho de enoturismo no país, é um verdadeiro deleite aos amantes de vinho: é possível visitar as vinhas, adegas e caves, conhecer os detalhes de produção das bebidas, além de fazer passeios a pé, de bicicleta ou jipe, para observar a fauna e flora da região. O passeio à simbólica Torre do Esporão, à Capela de Nossa Senhora dos Remédios e ao Arco do Esporão, datadas dos séculos XV e XVI, é obrigatório. Com quase 35 mil visitantes por ano, o espaço passou por uma generosa reforma para receber gente do mundo todo. Os ambientes foram ampliados, incluindo os três novos jardins que interligam vinhas e adegas, o espaço de degustação e um charmoso wine bar. O restaurante é um capítulo a parte. São três os chefs responsáveis pela cozinha, que fazem um trabalho colaborativo na criação de um menu sazonal, recriando receitas de uma cultura rica de saberes e sabores.

*visitas a partir de 15 euros

Reservar um jantar no restaurante Fialho
A casa não é bem um segredo – basta ver como é concorrido conseguir uma mesa lá. Principalmente entre turistas. Porém, o segredo está escondido no cardápio. Eleito algumas vezes como o melhor restaurante de Portugal, o lugar é famoso pelas entradas: aspargos com ovos, cogumelos, salada de polvo, queijos e bolinhos de bacalhau são algumas delícias que engordam a lista. Então cuidado para não se empanturrar antes de pedir o principal: bacalhau dourado. São deliciosas lascas do peixe fresco com fios de batatas, ovo e muito azeite. Simples, mas feito à perfeição. Para harmonizar, há uma excelente carta de vinhos, com bons rótulos nacionais.

Prato do restaurante Fialho (Foto: Marjorie Zoppei)

*pratos a partir de 13 euros

Passear pelo Cromeleque dos Almendres
A 12 quilômetros do centro histórico da cidade, este é um dos maiores monumentos público da humanidade. Trata-se de um círculo com 95 monolitos de pedras pré-históricas, em perfeito estado de conservação. O lugar foi descoberto em 1966 durante o mapeamento para a Carta Geológica de Portugal e, desde 2015, foi consagrado Monumento Nacional. A energia do lugar é hipnotizante e perfeita para algumas horas de meditação.   

 

*Preços consultados em outubro/2018.