Mirante do Gavião: luxo em hospedagem na Amazônia

Totalmente integrado à natureza no estado do Amazonas, o Mirante do Gavião é um destino dos sonhos para quem deseja conhecer a Amazônia

Fazer turismo no Brasil é surpreendente. Ainda mais quando temos em nosso território a maior floresta tropical do mundo: a Amazônia. Sua importância é tamanha que sua conservação extrapola o diálogo interno e vive na pauta mundial. A Amazônia Legal abrange nove estados brasileiros e faz fronteira com sete países, tem 5 milhões de km², corresponde a 58,9% do território brasileiro (dados do mapa de 2019 do IBGE). O mesmo nome, a ecorregião Amazônia, é dado ao bioma com 49,3% do nosso território. E o Amazonas é a porta de entrada e melhor estrutura turística, já que seu território está no coração da Floresta Amazônica, que precisa ser visitada, não explorada.

As suítes em formato de barco invertidas e seu mirante (Foto: Daniela Filomeno)

A duas horas e meia de carro (ou cinquenta minutos de hidroavião) de Manaus está o município de Novo Airão, onde fica o Parque Nacional de Anavilhanas, segundo maior arquipélago fluvial do mundo (o primeiro fica em Roraima) com estrutura de turismo de forma sustentável e consciente. Anavilhanas é um lugar espetacular para fazer incursões pela floresta: são 406 ilhas em uma extensão de 7 mil km2 e um dos biomas mais diversos do mundo. E é lá, às margens do Rio Negro, que fica hotel Mirante do Gavião.

Suíte conforto (Foto: Daniela Filomeno)

Totalmente integrado à natureza no estado do Amazonas, o Mirante do Gavião é todo construído em madeira de lei certificada. Às margens do Rio Negro, é um destino dos sonhos para quem deseja conhecer a tão exuberante Amazônia. São 12 suítes em forma de barco invertido que lembram casas na árvore, com passarelas suspensas para viabilizar o manejo sustentável do solo. Os quartos são equipados de ar-condicionado, frigobar, cama king size, ampla varanda, com rede, e algumas com ofurô. O chuveiro é aberto, com um biombo de madeira, em um espaço amplo, com escrivaninha e salinha integrada.

O hotel está localizado no município de Novo Airão, a cerca de 180km de Manaus, e tem uma estrutura que impressiona, em meio à floresta. O projeto arquitetônico tem design original e harmoniza com as árvores e plantas que o contornam. Além da piscina com vista para o rio e embrenhada na floresta, o Mirante do Gavião ainda tem mirantes com vista para o Rio Negro e para a floresta, sala de jogos e bar.

Vista do alto do Mirante do Gavião com o Rio Negro ao fundo (Foto: Daniela Filomeno)
Vista do alto do Mirante do Gavião com o Rio Negro ao fundo (Foto: Daniela Filomeno)

Gastronomia

Os sabores da Amazônia são fascinantes: do caldo do tucupi (extraída da mandioca brava) ao tambaqui e sua notória costelinha, da tapioca às frutas amazônicas jambu, abacaxi, cupuaçu, caju, graviola ou taperebá. A chef Debora Shornik, de um dos melhores restaurantes de Manaus, o Caxiri, é a responsável pela cozinha do Camu-Camu, dentro do Mirante do Gavião. Ela também tem o Flutuante Flor do Luar, em Novo Airão.

Ceviche com tucuri de Debora Shornik (foto Daniela Filomeno)

Parque Nacional das Anavilhanas

Santuário de preservação, o Parque Nacional das Anavilhanas é um refúgio de todas as espécies em reprodução. Garantia do estoque pesqueiro, fornecimento de água no período de seca, representa uma grande oportunidade de desenvolvimento sustentável. E estar no coração do Parque é comungar com esta natureza. Não tem como pensar em um turismo que não seja responsável. E este pensamento, organizou e reestruturou o turismo local, quando foi promovido a Parque Nacional. Segundo maior arquipélago fluvial do mundo, Anavilhanas é composto por 406 ilhas e 7 mil km2.

Parque Nacional de Anavilhanas, o segundo maior arquipélago fluvial do mundo (Foto: Daniela Filomeno)

Você consegue perceber o impacto e conscientização que a “floresta vale mais em pé, do que deitada” a cada visita guiada – o discurso é alinhado e coerente. E vê na prática este movimento de conscientização, principalmente das comunidades ribeirinhas às margens do rio Negro, que deixaram de explorar para trabalhar no turismo.

Arquitetura, em meio à floresta, impressiona (Foto: Daniela Filomeno)

Fundação Almerinda Malaquias

O hotel ainda apoia a Fundação Almerinda Malaquias, que gera renda para mais de 40 famílias de artesãos com oficinas de artesanato de reaproveitamento de pedaços de madeira, reciclagem de papel; e uma escola de preservação ambiental, para promover a importância da floresta e criação de novas iniciativas de preservação. Vale a visita, os artesanatos são de qualidade e ainda ajuda a comunidade local. A Katerre é responsável por 70% do orçamento anual necessário para a sobrevivência da Fundação Almerinda Malaquias e, durante a pandemia, abriu um e-commerce para viabilizar a compra dos artesanatos no período sem turismo.

Como chegar?

O aeroporto mais próximo é Manaus, Amazonas.  Novo Airão, onde o Mirante do Gavião se encontra fica há duas horas e meia da capital. Você pode ir de carro – o hotel oferece o serviço de transferência com motoristas locais. De hidroavião leva cinquenta minutos em um voo espetacular pelo Arquipélago de Anavilhanas, decolando do aeroporto de Manaus.

Voo de hidroavião de Manaus para Novo Airão (Foto: Daniela Filomeno)

Quando visitar?

Com calor o ano inteiro, melhor evitar o período de chuvas, principalmente entre fevereiro e maio.

As praias amazônicas aparecem no período de vazante do Rio negro, formando paisagens paradisíacas. Você pode se banhar em uma infinidade de praias de areia branca, contrastando com as águas negras e coroados pelo verde da Floresta. De outubro a dezembro, elas surgem em Novo Airão, no Arquipélago de Anavilhanas, parque de conservação nacional. Selvagens e isoladas, não têm estrutura, como é o caso da Praia do Meio, onde o rio divide a areia em fatias, coisa mais linda.