O melhor jeito de ajudar o Caribe é visitar, dizem especialistas

Representantes, agentes e operadores de Turismo propõem novos desafios a regiões devastadas pelos furacões e tempestades no ano passado

Destinos importantes para o Caribe, quando se trata em Turismo, foram parcialmente ou totalmente destruídos após tempestades e furacões, em 2017. Aos poucos, os destinos foram se reestruturando e, até o fim de 2018, 90% já deve estar a todo o vapor. “O melhor jeito de ajudar o Caribe é visitar” foi a frase mais ouvida durante um debate na semana de turismo da Virtuoso*, realizada em Las Vegas.

Ilhas Virgens Britânicas (Foto: Tina Bornstein)

“Pudemos sentir uma perda de 3% no número de visitantes, com relação ao ano anterior. A temporada de furacão resultou em uma perda estimada de quase 974 mil visitantes”, explica a presidente da Associação dos Hotéis e Turismo do Caribe (CHTA), Karolin Troubetzkoy.  Estes visitantes teriam injetado nos destinos US$ 878 milhões e apoiado mais de 12.800 empregos diretamente. Ainda, segundo dados apresentados por ela, os principais destinos afetados, em porcentagem, na perda de quartos, foram: Porto Rico (80%), Anguilla (65%), Dominica (50%) e Ilhas Virgens Britânicas, São Martinho e Virgens Americanas (40% cada).

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Dados da associação dos hotéis apontam que os destinos receberam 47 milhões de visitantes em 2017. Estes visitantes gastaram US$ 31.8 bilhões, e movimentaram US$ 75 bilhões em produtos locais e suportaram 2,4 milhões de empregos em todo o Caribe. “Ainda em 2018, seis dos 32 destinos afetados ainda estão em recuperação, mas vão voltar mais fortes do que antes”, complementa.

Mais de 20 cruzeiros marítimos foram cancelados devido às condições climáticas. Alguns foram utilizados em missões humanitárias, levando suprimentos para as ilhas, como conta a vice-presidente de vendas da Royal Caribbean International, Vicki Freed. “Como empresa, tomamos a decisão de cuidar da população do Caribe, que é a nossa família”. Ao lado de outras companhias, a Royal colocou navios à disposição para levar as pessoas que estavam ilhadas de volta aos Estados Unidos gratuitamente e abastecer comunidades com alimentos e geradores. “Alguns resorts precisavam mandar seus hóspedes de volta para casa, mas os aeroportos não estavam operando e o único jeito era ir de navio”, pontua.

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Porto Rico (Foto: Tina Bornstein)

Agente de turismo em Porto Rico, Carmen Targa enfrentou o furacão com sua família. Não estava apenas preocupada com os pais e filhos, mas com os hóspedes que iria receber. “Foi muito difícil para nós porque, depois do furacão, não havia comunicação. Mas havia um senso de comunidade. Queríamos ficar cercados de amigos, vizinhos e essa vontade de fazer com que tudo ficasse lindo de novo”, explica. “Pelo lados dos hóspedes, também foi terrível porque não tínhamos a escala de voos, colhíamos as informações logo cedo e pedíamos para os hóspedes deixarem suas malas prontas a fim de conseguir com que eles voltassem para suas casas”, resume. Agora,  está tudo dentro da normalidade, reabrindo hotéis, restaurantes e todos os serviços relacionados ao turismo.

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“É preciso compartilhar as histórias tristes para mostrar que as coisas estão voltando ao normal e as propriedades estão disponíveis. Porque as pessoas precisam disso para suas vidas, que são baseadas no Turismo. A boa notícia é que Porto Rico, por exemplo, é um ótimo lugar para visitar e as linhas aéreas já voltaram a operar”, explica David Zipkin, responsável pela Tradewind Aviator, outra empresa que levou suprimentos para as ilhas.

* FYI: o retorno do Caribe aos operadores de turismo foi tema de um painel, durante a Virtuoso Travel Week – semana de Turismo que discute os próximos passos da indústria de luxo, em Las Vegas. Participaram do papo representantes de hotéis, de companhias aérea e marítima, além de destinos e associação de hospedagem.

Participaram do debate mediado por Misty Belles (PR global da Virtuoso): Jack Ezon (Ovation Vacations), Andrea Filippi (Belmond La Samanna, Vicki Freed (Royal Caribbean International), Tiago Sarmento (Belmond Cap Juluca), Rhodni Skelton (BVI Tourist Board), Carmen Teresa Targa (Condado Travel Inc), Karolin Troubetzkoy (Caribbean Hotel Association), Martin van Wagenbert (Le Guanahani) e David Zipkin (Tradewind Aviation).


*O repórter viajou a convite do escritório que representa a Virtuoso no Brasil, hospedou-se no Bellagio e MGM Park. Durante a viagem, foi utilizado um chip de internet oferecido pela EasySIM4U, que vende pacotes de internet e ligações internacionais, oferecendo a comodidade de você sair do Brasil com esse chip já habilitado.