Um giro pelos restaurantes tradicionais de Lisboa

Lisboa é uma cidade lotada de ótimas opções gastronômicas. Inclua no seu roteiro ao menos um desses restaurantes tradicionais.

Ao passear pela charmosa Lisboa, é fácil cruzar com monumentos ilustres, igrejas centenárias e pelos lendários bondinhos. Tudo na cidade conta história. Até mesmo seus restaurantes, com anos de abertura e receitas que falam muito sobre as tradições gastronômicas da região. Sentar-se à mesa nessas casas abaixo é também se alimentar de memórias.

Gambrinus

Desde 1936, o Gambrinus, restaurante, bar e cervejaria, é referência na capital portuguesa por sua expertise em preparar os alimentos, servir e atender. Não fecha para férias, nem feriados, pelo contrário, fica aberto todos os dias do meio-dia a uma e meia da manhã. Situado em plena Baixa Lisboeta, a casa tem decoração belíssima: reúne obras da arte portuguesa, misturados com detalhes tradicionais, há antiguidades, peças de porcelana da Companhia das Índias, madeiras exóticas, mobiliário de época e uma lareira em granito português. À mesa podem ser saboreadas várias especialidades made in Portugal, como a sopa de peixe, pregado em court-bouillon e o joelho de porco com chucrute. Para terminar, vá de mousse de avelã ou famoso e sempre espetacular crepe Suzette. Se estiver com pressa, então sente ao balcão e peça um prego do lombo.

R. das Portas de Santo Antão, 23

Gambrinus (Foto: divulgação)

Solar dos Presuntos

Se a gastronomia é o grande atrativo do local, o ambiente e a decoração não ficam atrás na famosa casa que abriu as portas em 1974. As reformas dos últimos anos lhe garantiram um ar mais elegante e contemporâneo, mas manteve-se a galeria de fotografias e ilustrações de nomes famosos e clientes habituais que já passaram por lá e atestam sua boa fama. Da cozinha: clássicos suínos, mas não só. Frutos do mar também são bem-vindos por aqui. Mas vamos do começo: peça o farto couvert com queijo cremoso, pão e azeitonas. Depois, petisque os tradicionais pastéis de bacalhau e o vinagrete de polvo. Para o principal, deixe que o bacalhau à lagareiro e o bacalhau assado te encantem ou se aventure num prato tipicamente português: o açorda de camarão.

Rua das Portas de Santo Antão, 150

Tasca da Esquina

Vale a pena ficar nas mãos do chef que todos os dias prepara petiscos deliciosos da moderna comida tradicional portuguesa. Se quiser experimentar alguns pratos individuais então deixe-se ir pela sempre tradicional Raia confitada em azeite ou o bacalhau à Brás. Se escolher ficar apenas nos petiscos tem que experimentar as lascas de bacalhau com batata e ovo ou a morcela com maçã. No final guarde espaço para as farófias ou o pão-de-ló com espuma de canela.

R. Domingos Sequeira 41C, Campo de Ourique

Salsa & Coentros

O amor pela gastronomia uniu Belmiro de Jesus e José Duarte, que se conheceram na década de 1990 na Adega Tia Matilde, restaurante clássico português. Juntos, deram vida ao Salsa & Coentros. O cardápio é extenso e vai desde azeitonas, cogumelos com coentro até sopas, carnes, peixes e saladas.

R. Coronel Marques Leitão, 12

Solar do Nunes (Foto: divulgação)

Solar dos Nunes

Em 1988, a família Nunes abriu as portas de seu restaurante com a ideia de levar suas raízes alentejanas até à capital Lisboa. E vingou! A casa impressiona, principalmente pelo serviço. A comida é farta e o couvert já te espera servido na mesa. A gastronomia do Alentejo tem muitos embutidos, queijos, carnes de caças e, claro, o bacalhau. Para começar: pata negra, queijo de cabra, pimentos (pimentões verdes marinados), azeitonas e cogumelos com bacon.  Para o principal, experimente o bacalhau à lagareira, feito no carvão, é de uma leveza impressionante. Acompanha mini batatas ao murro e cebola frita. Se gostar de carne de caça, veja se é dia da lebre com feijão branco – saborosa e forte. De sobremesa, peça para o ZéTo, filho do falecido Seu Nunes, preparar um prato com um pouco de cada uma. Com exceção do famoso O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo (original de Lisboa), todos são feitos em casa. Destaque para a torta de amêndoas, farófias e o arroz doce, receita da avó dele.

R. dos Lusíadas, 70

Magano

É um concorrido restaurante lisboeta, ponto de encontro para muitos, cujo protagonismo vai todo para a cozinha típica alentejana. Mas há algo que brilha ali: o peixe. A massinha de garoupa com amêijoas é imperdível, assim como os filetes de robalo à lagareiro. Também dá água na boca a sopa de tomate com garoupa e ovo escalfado, filetes de peixe-galo ou lulinhas fritas em azeite. Há também as saladas de orelha de porco, de favas, de polvo, grão com bacalhau, pimentos, torresmos, empadas de galinha ou lebre. Difícil mesmo é escolher diante de tanta oferta.

R. Tomás da Anunciação, 52A

As Salgadeiras

Desde 2004, o restaurante As Salgadeiras é um ponto de referência no Bairro Alto. Construído em uma antiga padaria, o espaço foi totalmente remodelado, mas mantendo a fachada original. As paredes em pedra, os arcos originais, os tijolos enquadrados dão charme ao espaço. Entre as entradas, a sopa de peixe que chega coberta com uma massa folhada é surpreendente e inesquecível. Os peixes, aparecem no cardápio de maneiras variadas: polvo, lula, linguado, camarão e, claro, o bacalhau. Aliás, o bacalhau à Braz é escolha certeira. De sobremesa, peça a trilogia de sabores (que serve duas/ três pessoas) para experimentar de tudo, vale as calorias!

R. das Salgadeiras, 18

Marisqueira Nunes

A Nune’s Real Marisqueira é um dos monumentos que merece visita em Belém. A gamba do Algarve cozida em água do mar é um dos mariscos mais pedidos da casa, mas você também pode se surpreender com os filetes de peixe galo com arroz de ovas, entrecôte maturada, a picanha de wagyu ou os bem executados pratos de tacho como arroz de lagosta e açorda de gambas. Para finalizar peça o mil folhas.

R. Bartolomeu Dias nº 112, Belém

Ramiro

Mais do que um restaurante ou uma marisqueira, a Cervejaria Ramiro faz parte da história de Lisboa. Sempre com fila na porta, não aceita reserva, e é um local que turistas e locais aguardam ansiosamente por um cantinho para degustar as iguarias. Alguns dos itens “tem que pedir”: as gambas à “al guilho”, as amêijoas e o camarão tigre grelhado com molho de manteiga, cozinhado na perfeição e com um sabor inconfundível. O presunto cru fatiado na hora e acompanhado de pão é outro símbolo da casa, tudo isso acompanhado de um bom chopp gelado. Aquele lugar que dá vontade de voltar todos os dias!

Av. Almirante Reis, nº1