Um paraíso brasileiro: Saco do Mamanguá, no Rio de Janeiro

O reduto de praias próximo a Paraty está sendo descoberto aos poucos e atrai cada vez mais turistas, incluindo estrangeiros

A região do Saco do Mamanguá é conhecida como “Costa Verde”, devido a cor das águas (Foto: Carol Fiacadori Lima)

As águas verdes dão boas-vindas ao Saco do Mamanguá, na região de Paraty. A entrada para o reduto tem apenas dois quilômetros de largura e oito em sua extensão total. Reúne 33 praias, todas com poucos metros de areia. Atualmente, tornou-se um refúgio para quem busca tranquilidade em meio à uma vida tão agitada, visto que por lá quase não existe sinal de celular e, ainda em alguns pontos, não há energia elétrica, o que torna o lugar ainda mais charmoso. Mas, se acalme! É possível ter uma boa estadia com apenas a geladeira movida à gás e um chuveiro frio, já que o calor é bem intenso.

Pelos geógrafos é considerado o único fiorde brasileiro, devido ao seu desenho, ou seja, é um vale rochoso em que o mar inunda, formando praias. E garantimos, todas são paradisíacas! O Saco do Mamanguá é reconhecido pela sua biodiversidade local, com diversas espécies de animais marinhos e também terrestres, além de uma enorme variedade de árvores e flores. Seu nome veio por conta do mangue, localizado no fim da extensão e um dos mais preservados do Brasil. Lá, não é possível adentrar o espaço com embarcações motorizadas, apenas de canoas ou caiaques. A diversidade biológica também está bem presente e pássaros e caranguejos são facilmente avistados. Dica: aproveite a ida, reme por mais dez minutos e caminhe por mais dez e encontre uma belíssima cachoeira.

PF Caiçara é clássico do Restaurante do Dadico, no Mamanguá (Foto: Carol Fiacadori)

Antigamente, seu acesso era feito apenas por uma trilha. Hoje, como é um local mais conhecido do público, já possível pegar embarcações de Paraty-Mirim, com saídas diárias, ou de Paraty, com empresas privativas. Há também passeios de apenas um dia para conhecer a região, caso não deseje ficar hospedado por lá.

Falando em hospedagem, o que não faltam são casinhas nativas para alugar em alta ou baixa temporada. Os caiçaras, como se denominam (a região possui sete comunidades no total), oferecem suas próximas residências aos turistas e alugam a um preço bem em conta. Há também duas pousadas, as únicas da baía. Mas, atenção, há uma dica valiosa na hora de escolher sua acomodação no Mamanguá. Devido a sua posição, o lado esquerdo do reduto abriga mais casas e é mais favorecido, pois o sol permanece por lá o dia todo. O lado direito é ao contrário, já que o sol se dispersa mais rápido, no meio da tarde. É a localização de ambas as pousadas, mas, não se preocupe, as duas disponibilizam caiaques (com custo adicional) para os hóspedes aproveitarem o lado oposto e todas as praias.

Faça um passeio mais aventureiro e se atreva a realizar a famosa trilha do Pico do Pão de Açúcar. Visualmente, é um morro bem parecido com o “Dois Irmãos”, da capital carioca. A subida tem aproximadamente duas horas e a descida apenas uma. O início da caminhada é no nível do mar e atinge quase 440 metros de altitude. Ao chegar no pico, você será presenteado com um lindo visual de todo o Saco do Mamanguá.

Aproveite e almoce no Restaurante do Dadico, um lugar rústico e bem saboroso, com cadeiras e mesas feitas de troncos de árvores. O Dadico, responsável pelo estabelecimento, vive no Mamanguá há alguns anos e tornou-se literalmente um caiçara. Em frente às mesas do píer, onde você come e aprecia as águas, o senhor – que veio da região dos Lagos – improvisou um sistema de pesca. Isto é, lá é o lugar ideal para saborear um peixe absurdamente fresco, sem muitas invenções. O “PF Caiçara” é servido com robalo, salada, arroz, feijão e mandioca frita. O Saco do Mamanguá também é reconhecido pela pesca de camarões. Ao navegar pelas águas é possível avistar diversas embarcações apropriadas para esse tipo de atividade.

O Saco do Mamanguá é o lugar ideal para quem busca cenários paradisíacos, com tranquilidade e sem muita movimentação urbana, de fácil acesso e próximo às grandes cidades. Caso não queira se hospedar por lá, opte pela Maris, uma guesthouse em Paraty, que oferece todos os serviços de hotel, em um ambiente bem aconchegante.

*A jornalista viajou a convite da Maris Paraty e realizou a ida ao Saco do Mamanguá em parceria com a Palombeta

Píer do Restaurante do Dadico, no Saco do Mamanguá (Foto: Carol Fiacadori Lima)