Pucón, no Chile: Casa Lago do Antumalal é perfeita para a família

Antiga casa de chás da década de 40 dá lugar a uma espaçosa habitação no hotel Antumalal, que comporta família de seis pessoas tranquilamente; vista é o grande atrativo desse novo espaço aberto recentemente.

Imagine-se em um filme do agente secreto 007. Como seria a sala de seu esconderijo? Com certeza uma daquelas espaçosas, com lareira e estilo bauhaus, com mescla de cimento e madeira. Os anos 20 e 30 foram mesmo muito gentis com a arquitetura! Em um espaço novo, a Casa Lago fica escondida na floresta e não dá pra ver por quem chega pelo lago. Inclusive, um atracadouro dá acesso à propriedade que tem uma espécie de praia privativa, com direito a espreguiçadeiras e guarda-sóis.

Sala da casa lago, compartilhada com cozinha e sala de jantar (Foto: Acervo Pessoal)

A decoração da casa, minimalista e em madeira, entrega o ano de sua fundação: 1950. Nas paredes, revestimentos de cerâmica e blocos de pedras à mostra, bem típicos do estilo arquitetônico que ditou tendência por uma geração. No passado, o espaço era uma casa de chás do extinto pesqueiro. Hoje, reformado, abriga dois quartos (um com cama de casal, outro com duas de solteiro), um banheiro, sala americana (com cozinha e espaço de jantar acoplados) e uma suíte master (com banheiro privativo e um pequeno closet), com vista panorâmica do lago e da floresta (localizada em um parque ecológico de 5 hectares).

“Foi uma forma de crescer (o negócio), mas de uma uma maneira bem pequena. E não teríamos de construir, já estava lá. E era um pouco para provar algo novo”, explica o gerente Andrew Morgari Pollak. Eles têm outras ideias para expandir no futuro, mas há todo um debate interno, uma vez que o negócio é da família, há diferentes pontos de vista e muito amor envolvendo a propriedade. Pollak informa que o mercado imobiliário tem crescido agressivamente nos últimos anos, mas não se sabe ao certo qual seria o melhor investimento: “são casas, apartamentos, mais quartos de hotéis?”, questiona. “Somos conscientes, e nossas decisões são demoradas”.

Casa fica escondida em meio à vegetação; janelões fazem as vezes de quadro (Foto: Acervo Pessoal)

Espaço tem para crescer em volta do lago, mas há também uma preocupação em torno da preservação ambiental. “Conservação é também uma ótima plataforma de marketing. Há um público muito interessado no assunto e podemos fazer isso sem perder nossa essência. Podemos crescer de forma orgânica e ainda assim manter a preocupação com o Parque”. O lugar em que fica localizado o hotel tem centenas de espécies de aves, animais e plantas ao seu redor.

Fazer com que as pessoas se sintam em casa é um dos princípios, segundo ele. “Não é muito diferente do hotel, ninguém vai te levar café da manhã, você está um pouco por você. Poderíamos ter serviço de quarto lá? Claro, mas não é esse o propósito”. Ele diz isso por conta da privacidade, para deixar seus hóspedes se sentirem em casa. “Você tem todo o aparato de cozinha lá, mas se quiser, claro que pode vir ao restaurante, por exemplo”. O clima é tão caseiro, que muitos dos hóspedes pedem para ser instalada uma churrasqueira no terraço.

Na casa, é tudo sobre a vista maravilhosa do rio Villarica (Foto: Acervo Pessoal)

Ao circular pelo Antumalal, uma dúvida: os quartos não têm números? De fato, os hóspedes são reconhecidos pelos seus sobrenomes. Como se você estivesse na casa de um antigo amigo ou conhecido – com tecnologia sempre a favor. Se nos quartos comuns, as enormes janelas substituem quadros, na Casa eles ganham um complemento. Como um presente, Rony Pollack exibe nas paredes as técnicas que aprendera na escola de Belas Artes, onde estudou Artes.

Os melhores meses para visitar a cidade que abriga o vulcão de maior atividade na América Latina, Villarica, são novembro e março. “Os dias de Verão são insanos. Há muita gente na cidade, fila pra tudo, mal tem dinheiro para sacar no caixa eletrônico”, exemplifica o caos. “É maluco, pois na alta temporada finalizamos o café por volta de 11h30, seguimos com almoço até 17h, e logo vem o jantar. Não paramos”, pontua, dizendo que na baixa estação o hotel emprega 30 funcionários, no outro período chega a ter 42 pessoas no staff.


PRODUÇÃO PRÓPRIA
Muitos dos legumes e verduras consumidos pelos hóspedes do hotel são cultivados em uma horta, cuidada pela administração, com excessão do inverno. Ainda que não sejam feitos pelo hotel, não há produtos tipo importação, como carnes. Tudo começou com a mãe de Rony, que adorava presentear seus hóspedes com buquês de flores cultivadas na propriedade.

QUADRO DE FUNCIONÁRIOS
O que faz com que o hotel tenha um clima de casa é que eles conseguem manter seus funcionários por muito tempo. Miguel, um dos garçons do restaurante, trabalha lá há mais de 20 anos. Cresceu, pois seus pais serviram muito tempo à família que administra o hotel. Assim como seus pais se conheceram lá e casaram, a história com ele se repetiu e conheceu sua esposa lá.