Carro ou ônibus? Casa ou hotel? Veja qual a forma mais segura de viajar

Saiba como viajar reduzindo ao máximo os riscos com a Covid-19

Larissa Santos, da CNN, em São Paulo

Mulher usando máscara para viajar
A forma mais segura é ir no próprio carro, pois assim evita o contato com outras pessoas
Foto: Divulgação/Pixabay

As festas de fim de ano estão na porta e os preparativos para viagens e ceias já começaram a ser feitos. Em um ano em que ficamos por meses distantes de familiares em função da pandemia do novo coronavírus, muitos já planejam passar o Natal e Ano Novo próximo de quem ama.

Depois de longos meses de quarentena, visitar pessoas ainda pode ser um risco à saúde pela facilidade de contaminação. A médica infectologista do Hospital Sírio Libanês de Brasília, Valéria Paes Lima, explica que o ideal é “evitar viagens no momento (…). Ainda observamos um aumento de casos em várias partes do país e o deslocamento de pessoas pode favorecer esse aumento”.

“Se você fizer o teste e vier positivo, a viagem deverá ser cancelada, pois a pessoa precisa ficar na quarentena. Mas mesmo com um teste negativo, a segurança não é absoluta”, explica. Os testes não são de longa garantia, havendo possibilidade de acontecer uma contaminação após o exame ser feito. Por isso, a infectologista recomenda que sejam feitos testes antes e durante a viagem, para facilitar a detecção de um doente.

Caso você já tenha sido infectado pelo novo coronavírus e se restabelecido, as medidas de segurança seguem as mesmas, pois há possibilidade de reinfecção. “E eventualmente se ela não tomar cuidado, pode levar o vírus na roupa ou na bagagem. Por isso, as medidas de prevenção devem ser continuadas.”

Como fazer o trajeto de forma mais segura

Para os que já estão com viagem acertada, a forma mais segura é ir no próprio carro, pois o contato com pessoas estranhas é o mínimo possível. “No carro você acaba viajando com as pessoas que já tem contato, muitas vezes já moram juntas”, aponta Valéria.

Enquanto fazem o trajeto, os cuidados ainda devem ser tomados, como deixar as mãos limpas com álcool em gel e manter as janelas abertas para maior circulação de ar, diminuindo a chance de contrair uma doença pelo ar parado, como é o caso do ar condicionado.

“Ao longo da viagem as pessoas devem tomar cuidado nas paradas, para que não se exponham em lanchonetes, postos. Mesmo nesse momento devem manter o distanciamento, a utilização de máscaras e a higiene das mãos”, continua a infectologista.

Lugares como aeroportos e rodoviárias têm um fluxo de pessoas grande e deve-se ter muita atenção com a higiene nesses locais. Para trajetos em que não é possível ir de carro, a médica infectologista aponta que o avião oferece mais riscos por ser totalmente fechado, e para o ônibus, a recomendação é que as janelas fiquem abertas para que o ar circule.

Segundo a médica infectologista o melhor é proteger ao máximo o rosto para evitar o contágio. “O ideal é permanecer com a máscara, melhor ainda se for uma máscara com filtro, como a máscara profissional (…) a pessoa pode considerar também a proteção dos olhos por meio de óculos.”

Qual a hospedagem mais segura?/strong>

Setor hoteleiro foi um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus
Setor hoteleiro foi um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus
Foto: CNN Brasil (15.ago.2020)

Na hospedagem devemos seguir as mesmas regras: evitar aglomerações, preferindo lugares mais sozinhos e desertos, como uma praia mais afastada ou um interior isolado. Se possível, a melhor opção é pelo aluguel de casa individual, onde se hospedam apenas as pessoas que viajaram juntas.

A médica infectologista indica também preferir por pousadas ou hotéis que reduziram a lotação máxima, para ser mais seguro aos hóspedes. Outra recomendação é optar por refeições, como café da manhã, no próprio quarto. “Você deve consultar o local que vai para saber quais as medidas de segurança adotadas”.

Por fim, Valéria aponta que viagens de cruzeiro são mais inseguras pelo confinamento dentro do navio, em que os tripulantes mantêm contato íntimo o tempo todo. “Se uma pessoa da tripulação adquirir o novo coronavírus, a probabilidade de transmissão é maior”, completa. “Mesmo fazendo um exame um dia antes de viajar, pode ser que a testagem ocorra na incubação e os sintomas só apareçam na viagem”.