Os restaurantes imperdíveis no Alentejo, Portugal

Reunimos aqui casas espalhadas pela região que priorizam a mesa farta de receitas saborosas, taças e pessoas queridas.

A região do Alentejo, em Portugal, não é somente um dos destinos mais charmosos e históricos do país, mas ponto obrigatório para um turismo gastronômico inesquecível. É por ali que se produz azeites e vinhos mundialmente famosos, itens que harmonizam muito bem com um sem número de pratos e momentos.

Mesa posta no restaurante Vinho e Noz (Foto: Mariana Belley)

Adega típica de Vinho e Noz, em Évora

Em uma das inúmeras ruelas de pedra da cidade, avista-se uma placa indicando que você chegou a adega. Ótima ideia dos proprietários, um casal de idosos simpáticos, que não querem que sua casa, toda charmosa, passe despercebida pelos alentejanos e turistas. Pequenina e aconchegante, a adega ostenta móveis de madeira, paredes de tijolos aparentes cobertas com as mais variadas safras de vinho. O clima é rústico e no cardápio há receitas bem portuguesas. A saber: bacalhau com coentro e ovos cozidos que come-se junto com a sopa de pão regional e carne de javali, batata assada e castanha portuguesa. Para sobremesa, uma unanimidade no cardápio: a sericaia, um doce típico alentejano à base de açúcar, ovos e canela.

R. Ramalho Ortigão, 12

Encalho, em Amareleja

Antes de falar sobre o restaurante, um pouquinho sobre a cidade: Amareleja é pequena, tem cerca de 2.500 habitantes, e seu nome provém de “amarelo”. É que por essa terras, o sol não faz questão de se esconder e, de tão forte, parece até que colore a cidade dessa cor. Por lá o termômetro alcança 47 graus e, por isso, dá à cidade o título de mais quente de Portugal. O restaurante Encalho está localizado em uma de suas ruas estreitas e vazias, mas cativantes. É pequeno e sua cozinha é aberta para o deleite de quem gosta de observar o vai e vem, a dinâmica e toda a mágica que acontece em volta dos fogões. Antes dos pratos principais, as mesas te esperam com pães caseiros alentejanos, queijos curados, azeitonas e azeite, claro. No cardápio, encontra-se receitas com bacalhau e outras elaboradas a partir das tradições portuguesas, como a sopa de peixe, galinha à cabidela e as migas, que são feitas à base de pães molhados e podem receber recheios de origem animal ou tomates e legumes.

Rua Catarina Eufémia, 43

Enoteca Cartuxa, em Évora

No coração do centro histórico de Évora, está este restaurante que não pode ficar de fora na sua visita à cidade. A casa faz parte da Fundação Eugénio de Almeida – uma das famílias mais poderosas e influentes de Portugal – assim como a Adega, o Lagar e a Enoteca Cartuxa. Logo na entrada, uma bicicleta estacionada convida a fazer fotos e passa o recado: a casa oferece um verdadeiro passeio pela culinária regional.  As paredes brancas e os móveis avermelhados dão ao médio espaço ares modernos, ainda que de  sua cozinha prepare-se receitas tradicionais. O ponto alto fica por conta da reinvenção dos clássicos. À mesa: frutos do mar, cogumelos, pastas, ovos mexidos, carnes como bochecha de porco com pimentão e língua de vaca com tomate. Coma sem pressa. Depois, visite a pequena adega, que oferece vinhos da marca Cartuxa e de outras safras, além de queijos, sardinhas e azeites. Mais ao fundo, uma pequena loja vende livros e até acessórios, como aventais com o nome e o logo Cartuxa.

Páteo de São Miguel Apartado, 2001

Adega do Isaías, em Estremoz

Estremoz é conhecida como “cidade branca” do Alentejo, uma homenagem ao seu casario branco que contornam as ruas de pedra, mas para além da cor das casas, uma celebração às jazidas de mármore branco, o célebre “Mármore de Estremoz”, que tornou a cidade conhecida mundo afora. E aqui que está a Adega do Isaías, tradicional point de quem busca fartura recheando a mesa. As toalhas xadrez azul, os móveis de madeira e os antigos recipientes de vinho entregam que a casa tem personalidades regionais. Omeletes, carne de porco preto (raça muito vista do Alentejo), batatas são algumas das opções servidas.

R. do Almeida, 21

Taberna Típica Quarta-feira, em Évora

O avô de João Pedro Dias, filho do seu Zé, dono da Taberna, nasceu em uma região que ficava a 12 km de uma aldeia chamada Quarta-feira. Foi daí que veio a inspiração para o nome da casa, muito famosa e querida pelos alentejanos. A cozinha do restaurante é comandado por mãos que pertencem a mesma família: Seu Zé e a sogra são os donos, João Pedro, o chef, a esposa Vanda e a filha se dividem entre o preparo dos pratos e a atenção aos clientes, que ocupam as poucas mesas espalhadas pelo salão. O que se serve é uma culinária portuguesa de raiz com toques de cozinha contemporânea. Cogumelos, que, aliás, é um ingrediente muito servido nas mesas portuguesas, surgem recheados de azeite e ervas; o Meia Desfeita, um prato típico alentejano, também foi preparado. Leva bacalhau cru temperado com sal, azeite, coentro e é arrematado com batatas cozidas; outras atrações gastronômicas: cachaço de porco com batatas, porco com louro e o alho à brás, técnica regional. Vai batata palha, alho-poró, ovos e cebola.

Embutidos e queijos aletejanos na Adega Típica Quarta-feira (Foto: Mariana Belley)

Rua do Inverno, 18

Adega Herdade do Esporão

Um dos mais antigos complexos enoturístico de Portugal, o Herdade do Esporão é referência portuguesa na produção de azeites e vinhos. Parreiras e oliveiras são plantadas, regadas e cuidadas em solos férteis e dão frutos saudáveis. Ao todo são 700 hectares de vinhas e olivais. Nestas terras estão plantadas cerca de 40 castas, 4 variedades de azeitona, além de pomares e hortas. E é neste espaço que está a Adega Herdade do Esporão, restaurante gourmet e sofisticado que elabora pratos de elaboração fotogênica e sabores inesquecíveis. Sente-se perto da janela para almoçar olhando para o campo de parreiras e o lago, uma imersão na natureza. No verão, os mesões do lado externo são ótimas pedidas. A cozinha prepara iguarias como pés de galinha com creme holandês, couve-flor caramelizado com queijo serpa (típico alentejano), azeitona preta em pó, leite de avelã e salsa e o cordeiro com iogurte caramelizado, mostarda e caqui.

Centeio, beterraba e picles de beterraba e lactarius (uma espécie de cogumelo) colhido no pinhal do Esporão, picles, cebola e coentro (Foto: Cepaal)