Dia do Cinema Nacional: viaje pelo Brasil por meio de nossos filmes

Em celebração a data, selecionamos algumas obras brasileiras que tecem suas histórias sob nossas cidades e regiões. Vamos cruzar o Brasil a bordo das obras-primas do nosso cinema

Filme Capitães da Areia, de Cecília Prado, baseado na obra de Jorge Amado. História é tecida na cidade de Salvador, na Bahia (Foto: Divulgação)

Luz, câmera, ação: as primeiras imagens em movimento registradas em território nacional foram da entrada da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, pelo cineasta italiano Afonso Segreto, em 19 de junho de 1898. Se deu assim: de volta da Europa em um navio de nome Brésil, onde havia feito um curso de operação de cinematógrafos, o ítalo-brasileiro registrou a sua chegada à cidade. Mas há também quem celebre a data em 5 de novembro, dia que aconteceu a primeira exibição cinematográfica pública no país, em 1896. As informações são da Biblioteca Nacional brasileira.

São mais de 100 anos desde que a primeira sessão aconteceu e, desde então, obras-primas de ficção, não-ficção, curtas e longas metragens, documentários, biografias foram filmadas por diretores e diretoras que entraram para nossa história e merecem nossos aplausos calorosos. Nelson Pereira dos Santos, Luiz Carlos Barreto, Bruno Barreto, Cacá Diegues, Eduardo Coutinho, Mazzaropi, Karim Ainouz, Glauber Rocha, Helena Solberg, Laís Bodanzky, Héctor Babenco, Fernando Meirelles, Walter Salles, Tata Amaral, Anna Mulayaert, Kleber Mendonça Filho, são alguns deles.

Para comemorar, o CNN Viagem & Gastronomia convida você a viajar pelo nosso país através de filmes brasileiros, com histórias tecidas nas nossas cidades e regiões.

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Aquarius, Recife
Dirigido por Kleber Mendonça Filho
Clara, interpretada por Sonia Braga, tem 65 anos, é jornalista aposentada, viúva e mãe. Mora em um prédio, de nome Aquarius, localizado na Avenida Boa Viagem, no Recife, onde criou seus 3 filhos e viveu boa parte de sua vida. Responsáveis por uma construtora adquiriram quase todos os apartamentos do prédio, menos o dela. Por mais que tenha deixado claro que não pretende vendê-lo, Clara sofre ameaças para que mude de ideia.

Faroeste Caboclo, Brasília
Diretor: René Sampaio
Baseado na canção de mesmo nome escrita por Renato Russo, da banda Legião Urbana, o filme conta a história de João do Santo Cristo, que deixa Salvador, sua cidade natal, e se muda para Brasília em busca de uma vida melhor. Lá, encontra a miséria, o crime, mas também o amor. Foi Maria Lúcia quem arrematou seu coração. Mas o tráfico de drogas e os traficantes, como Jeremias, tornam tudo mais difícil e perigoso. Os monumentos característicos da capital do Brasil não são tão retratados, mas outra face da cidade, sim: seu contorno de fauna e flora.

Ensaio Sobre a Cegueira, São Paulo
Diretor: Fernando Meirelles
Romance de mesmo nome escrito pelo português José Saramago, publicado em 1995, nos coloca diante da história de uma desconhecida e intrigante epidemia de cegueira que se espalha por uma cidade. A trama cruza São Paulo e seus cartões-postais, da Avenida Paulista até o famoso Minhocão, das escadarias do Theatro Municipal ao Viaduto do Chá.

Praia do Futuro, Ceará
Diretor: Karim Aïnouz
Donato, vivido por Wagner Moura, é salva-vidas, e seu irmão Ayrton (Jesuíta Barbosa) tem grande admiração por ele. Tudo graças à sua coragem em saltar no mar para resgatar desconhecidos. Um deles é Konrad (Clemens Schick), um alemão que muda por completo a vida de Donato após ser salvo por ele. É quando Ayrton, querendo reencontrar o irmão, parte para Berlim. Mergulhe no mar cearense, nesta história de amor e admire a praia de mesmo nome do longa.

Auto da Compadecia – Cabaceiras, no interior da Paraíba
Diretor: Guel Arraes
Diretamente das páginas do livro homônimo de Ariano Suassuna, este filme traz as aventuras de João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Melo), nordestinos pobres que vivem de golpes para ganhar a vida, sempre enganando as pessoas no pequeno vilarejo de Taperoá, no sertão da Paraíba. A obra foi toda produzida e gravada na árida cidade de Cabaceiras, no interior da Paraíba.

Deus é brasileiro – Tocantins
Diretor: Cacá Diegues
Estrelado por Antônio Fagundes, o filme teve cenas gravadas no Parque Estadual do Jalapão, no Tocantins. Águas cristalinas, chapadas, clima de savana, paisagem de cerrado, com direito a dunas alaranjadas, rios, cachoeiras, nascentes e incríveis formações rochosas. Na tela também acontece a trama: cansado de tantos erros da humanidade, Deus resolve tirar férias dela, e vai descansar em alguma estrela distante. Para isso, precisa encontrar um substituto para ficar em seu lugar enquanto estiver fora. Resolve, então, procurar no Brasil. Seu guia nessa busca é Taoca (Wagner Moura), um esperto pescador que vê em seu encontro com Deus sua grande chance de se livrar dos problemas pessoais. Juntos eles rodam o Brasil em busca de um substituto ideal.

Central do Brasil – Rio de Janeiro
Diretor: Walter Salles
Um dos filmes nacionais mais premiados conta a comovente história de um menino em busca do pai e da professora Dora (Fernanda Montenegro), uma mulher que escreve cartas para pessoas analfabetas e que o ajuda nessa falta. São lindas paisagens do Rio de Janeiro, da Bahia, de Pernambuco e do Ceará, em um road movie que nos faz imergir na arquitetura, cores e natureza desses destinos tão distintos culturalmente.

Viajo porque preciso, volto porque te amo – Nordeste
Diretor: Karim Aïnouz
José Renato (Irandhir Santos) é geólogo e foi enviado para realizar uma pesquisa: avaliar o possível percurso de um canal que será feito, desviando as águas do único rio caudaloso do sertão nordestino. Nessa travessia solitária dentro de seu caminhão, ele descobre muitos sentimentos semelhantes às características dos lugares por onde passa: desde o vazio, a sensação de abandono, o isolamento. Seus pensamentos nostálgicos guiam o longa e revelam mais sobre todos esses sentimentos, que crescem à medida que os dias passam.

O homem que copiava – Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
André, interpretado por Lázaro Ramos, é um jovem que trabalha na fotocopiadora de uma papelaria em Porto Alegre. Se apaixona por Sílvia (Leandra Leal), sua vizinha, e começa a observá-la com binóculos. Para conseguir se aproximar da jovem, se transforma em um falsificador de dinheiro.

Ó, pai, ó – Salvador
Direção: Monique Gardenberg
Pousamos no Pelourinho, um dos principais pontos turísticos de Salvador. Vamos entrar em um animado cortiço do centro histórico, onde tudo é compartilhado pelos seus moradores, da paixão pelo Carnaval à antipatia pela síndica do prédio. O longa acompanha o dia a dia desses personagens, dos desafios aos amores e delícias de se viver em fevereiro na capital da Bahia

Capitães da Areia – Salvador
Direção: Cecília Prado
Pedro Bala, Professor, Gato, Sem-Pernas, Boa Vida e Dora são personagens que o escritor Jorge Amado eternizou no livro de 1937, que deu nome ao filme. Abandonados por suas famílias, essas crianças são obrigadas a lutar para sobreviver pelas ruas de Salvador. Amor, medo, solidão, coragem fazem da jornada destes personagens uma história emocionante e inspiradora.

Xingu – Tocantins e parque Indígena do Xingu
Direção: Cao Hamburguer
Xingu conta a incrível história dos irmãos Villas Bôas que trocam o conforto da vida na cidade grande para imergirem em sua jornada de desbravamento do Brasil. Descobrem aldeias indígenas, ajudam a defender sua cultura e se aventuram na criação do primeiro parque indígena de grandes proporções no Brasil, o Parque Nacional do Xingu.

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